29/12/2012

O CIGARRO MATA E O ÁLCOOL, NÃO?

Cheguei de um compromisso e como tenho que estar em outro muito cedo, decidi não dormir e dar uma lida nos noticiários online. 
De cara tive que escolher entre uma vítima de bala perdida de 25 anos que deixa uma filhinha de 6,  um bebê que caiu da janela de um hotel e  do orgbulho ritânico ao lançar sua campanha contra o fumo e supostamente de alerta para os jovens. Não posto a foto aqui porque achei nojento e porque uma das premissas desse blog é evitar fotinhas, fadinhas, montagenzinhas... Mas se quer ver para entender, está aqui: Campanha antitabaco do governo britânco
É uma notícia informando que o governo britânico, lançou uma propaganda onde aparece um homem fumando e enquanto fuma um tumor vai crescendo no seu cigarro.
Eu acho todo exagero ridículo e improdutivo, não necessariamente nessa ordem. Atualmente são tão exageradas as fotos nos maços de cigarros, os fumantes ficam com a vantagem da desculpa do fantasioso, como se fosse uma ficção.
Um fumante, por seu vício, pode adquirir um monte de doenças, e causar outras tantas  no fumante passivo de convivência mais próxima... Mas em que o vício da nicotina é diferente do vício em substâncias alcoólicas e outras drogas legais ou ilegais como cocaína, crack, maconha?
Não acredito que algum viciado em crack tenha deixado o vício por ter visto as péssimas condições dos desafortunados cracudos habitantes das nossas ruas, da mesma forma que jamais soube que alguém tenha deixado de fumar cigarros por conta das fotos pavorosas contidas nos maços e certamente ninguém deixará de fumar por ver um tumor nascendo e crescendo no cigarro da propaganda dos britânicos...
Não existe ingenuidade, nem ignorância suprema que empurrem pessoas indefesas para o vício.  Existe pré-disposição. Todos sabem que não faz bem, principalmente após as leis praticamente mundiais que excluem o fumo do fumante e às vezes o próprio,  do convívio social como medida de prevenção protetora dos fumantes passivos. 

Se houvesse ênfase na orientação, esclarecimento, educação, tratamento e suporte para o tratamento do fumante, os resultados seriam mito melhores, porque essas ações educativas tem o poder de penetrar onde a lei não entra, por exemplo nos lares dos fumantes incondicionais. Todos sabem que não faz bem, principalmente após as leis praticamente mundiais que excluem o fumo do fumante e às vezes o próprio,  do convívio social como medida de prevenção protetora dos fumantes passivos.  Os dependentes de outras drogas que não o cigarro, sabem e quando não sabem aprendem por experiência própria toda a devastação que a droga pode causar no seu corpo e os danos para os seus, o que não impede que se droguem, que sofram e façam sofrer, que cheguem  inclusive às últimas consequências de um vício perverso que por ser vício é fora de controle. O fumante também sabe e não é raro ouvirmos de muitos deles que "dariam tudo" para conseguir abandonar o vício. 

Tabagismo é um vício, segundo pesquisas, vício é doença e ninguém é doente porque acha bonito. O fumante como o usuário de drogas ilegais precisa de orientação, esclarecimento e tratamento. Ao meu ver um tumor maligno nascendo num cigarro, não chega necessariamente a prestar nenhum desses três serviços. 


Um dos argumentos para a permanência do uso da maconha na ilegalidade é  justamente que ela seria a porta de entrada para o uso de outras drogas mais pesadas. Polêmicas e pontos de vista à parte, se isso espelhar a verdade, facilitaria bastante o combate ao uso das drogas "mais prejudiciais". Por outro lado, a maconha é consumida da mesma forma que um cigarro, aspirando-se via oral a fumaça, porque então há os que defendem a maconha e fumante de um simples cigarro encontra tantos detratores. Seria pelo fato do fumante nem sempre enquadrar-se no perfil de um marginal fora-da-lei? Pelo cigarro não oferecer surtos e alterações radicais de comportamento? Desse modo que o ônus da preocupação mundial com a saúde alheia lhe recaia sobre os ombros!
Ao não tomar medidas mais direcionadas ao esclarecimento das pessoas e optar por truques cenográficos e de photoshop perdem-se muitas oportunidades de educar e as autoridades, à luz de um pensamento mais apurado,  parecem  reconhecer que não levam o tabagismo a sério do mesmo jeito que não levam os casos de mortes por violência e doenças causadas pelo álcool.
A sociedade, se quiser resolver seus problemas, precisa deixar de lado a hipocrisia.

A começar pelo pensamento  que a saúde do cidadão é de interesse governamental devido o alto custo do seu tratamento, para os cofres públicos  logo,  não há preocupação com a saúde mas com o custo da cura da moléstia adquirida pelo hábito individual, respaldados pelos princípios democráticos. 
Se a questão fosse realmente a saúde do cidadão, bastava declarar o cigarro ilegal e impedir da forma mais legítima possível o funcionamento das fábricas. No entanto, os impostos pagos pelas empresas do tabaco interessam aos governos tanto quanto ou mais que a saúde do cidadão. Tanto quanto o desempenho da indústria automotiva que gera empregos e polui o ar. As doenças causadas pela poluição e tragédias decorrentes da deterioração do meio ambiente, oneram menos os cofres públicos?
Se houvesse um real interesse na saúde do cidadão, não haveria venda, estímulo ou  propaganda das bebidas alcoólicas que causam várias doenças quase todas mortais,  sem contar os atos de violência e acidentes decorrentes do excesso de bebidas. Nem haveria patrocínio desses produtos para eventos esportivos, mesmo o inofensivo refrigerante cuja fórmula o mundo desconhece.

Não basta uma lei seca no trânsito. Como não bastam propagandas que tentem culpar pelo terror em vez de orientar pelo esclarecimento, exatamente a faixa etária mais necessitada disso.

Todos sabemos, inclusive os dependentes,  que drogas são nocivas, causam doenças, mortes, miséria moral, espiritual e financeira.
Eu nunca vi alguém,  por  excesso de cigarro, cair duro, entrando em coma tabagístico.
Eu nunca vi alguém se afogar em poça d'água por excesso de fumaça.
Eu nunca soube de algum ser humano ter saído da sua razão e cometido um crime atroz, por ter fumado cigarros demais.

Esse tipo de propaganda só incentiva o patrulhamento ideológico, mune o anti-tabagista de armas que só servem para desencadear a ansiedade e estimular o preconceito contra o fumante que tal qual o usuário de álcool, vai precisar de um trago pra esquecer...

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótimo artigo!
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